terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Coisas Simples...


Diários do Papai, 31 de Dezembro de 2019

Senti algo tão bom quando a SuperFilha apareceu com esse desenho feito na escola, feito por ela: de pronto, imaginei a magia de um lugar que pudesse vender sonhos, as coisas mais simples que cada ser humano, em sua individualidade, precisasse para ser feliz... Bandeirinhas de São João em mosaico (podendo vir a se tornarem qualquer outro desenho, em qualquer época do ano!); a realização das crianças confirmada pela surpresa esperada ao abrir o presente na véspera do Natal; o primeiro sorriso do filho flagrado numa foto; luzes de velas em momentos especiais; o sabor daquele primeiro prato regado a vinho tomado a dois; a lembrança de velhos símbolos de fim de ano; miniaturas e brinquedos dos tempos da infância; o vento no rosto em passeio pela praia ao pôr-do-sol; um banho de chuva; o cheiro e a textura da roupa da pessoa amada naquele abraço especial... 

- E onde eu poderia encontrar essa fábrica?, perguntei, animado e cúmplice daquele sonho em forma de desenho poético feito pela minha primogênita, no que ela disse, enfática, não se tratar de nenhuma "loja de sonhos", mas só e tão somente um prédio onde se produziam e se vendiam... "roupas para o dia-a-dia" ("para meninas e meninos")! Sim: tudo se tratava de um simples projeto para um trabalho coletivo na aula de Maker (argh para esses estrangeirismos: é o tal do moderno "Empreendedorismo")!

Mas a ideia do nome fora dela! As amiguinhas queriam algo bem mais nababesco: "Super-Heroínas na Moda Natural" (havia algo sobre "moda autossustentável" por baixo da ideia proposta pela professora...), e confesso ter ficado feliz com a simplicidade da minha garotinha: que os SuperGêmeos herdem essas gostosas e criativas "coisas simples" do seu jeito de ser... Uma pena a Filha, no dia da apresentação, não ter conseguido falar muito sore sua parte em razão da elevada dose de sua timidez, diante de uma Mamãe que filmou tudo para que o Papai aqui pudesse ver depois, em razão de ter ficado em casa com a SuperFilhotinha e o SuperFilho.

Legal saber de toda a ideia "empreendedorística", mas, não sei não... Ao final de mais um ano, em especial, este cinzento, desde a Política Nacional até os reveses sofridos em família, eu prefiro a ideia do que pensei inicialmente ao ver seu desenho, só sentindo a Poesia do que poderia estar por trás... E é com essa ideia, de imagens, sonhos e coisas simplesmente boas, que quero encerrar 2019 - cheio de esperança para que o novo ano que já, já se inicia seja repleto de conquistas e alegrias por sobre as coisas simples que nos levem à Felicidade... 

Feliz 2020!






domingo, 15 de dezembro de 2019

Férias... De novo?!


Nostalgia a toda prova: gostei muito da nova animação de A Família Addams, que homenageia várias versões antigas desses adoráveis personagens "diferentes" e que sempre me provocaram risadas e reflexões - e que, agora, aproveito as férias para mostrá-los ao SuperTrio.
Férias chegaram, o dinheiro acabou e, a não ser que pinte a chance de uma viagem de carro, poucas são as opções de lazer sem grandes repetições do ano inteiro... "Praia? Museus? Shoppings? Praças?" - De novo?! Como salvar o dia (e quase dois meses inteiros) apelando para os tablets, jogos de celulares ou de tabuleiros e desenhos animados de sempre? O que fazer, questiona-se (a SuperFilha e) o meu coração irrequieto e cheio de culpas em relação ao SuperTrio... "- Ei, a Prima Carol chegou: vamos passear com ela e matar as saudades!"... "- Não, 'peraí... Ela não pode ir à praia ou à piscina por causa de precoces tratamentos de beleza nos cabelos... E já sabe de cor os passeios anteriores... E agora?"!

Iluminação de Natal especial na Praça Dom Pedro II:
Palácio dos Leões (detalhe).
Até o momento, por entre azares como a batida traseira do carro e uma séria distensão de músculo abdominal ("Muito repouso..." - Mas como?!), dezembro avança lento e quente, por dias de ainda trabalho da Mamãe e algum esforço do Papai aqui em fazer algo diferente - uma massinha? Livro?Atividades motoras-finas para o FilhoJenga? Jantar especial coletivo? Procuram-se novas opções, para além de muita smartv (aí incluindo karaoke, Youtube e Netflix), 3 shoppings (até agora...) e seus caros parques traiçoeiros (segunda vez em que a Filhotinha se fere num desses só nesse ano!), uma praia e um "cilema" - a animação A Família Addams, que, apesar de certos clichês e alguns senões para os menores (como piadas adultas e com armas ou referências que só os pais vão entender), é um ótimo filme para todos, especialmente pela discussão com os pequenos sobre padrões sociais e o que é ser "normal"...

A propósito, muito ainda há de se fazer em relação ao SuperFilho: tratamento (só na Justiça pelo plano...), fechamento de diagnóstico (sensação de dúvida...) e suporte pedagógico individualizado (que, mesmo com seus "valores cristãos", nâo é oferecido adequadamente pela escola - que ainda é relapsa na segurança e quase permitiu uma tragédia!) são alguns dos inúmeros pontos explicitados por um recente encontro com antiga amiga, que primeiramente me mostrou os duros caminhos percorridos para criar seu (hoje pós-graduado) filho autista: "- Esse mundo é duro e cruel com quem é diferente..." E eu olho para o meu menino lindo e tudo que consigo pensar e sentir enquanto deixo escapar uma lágrima é que ele há de conseguir superar qualquer "limitação" ou "diferença" do restante "normal"... E, antes de qualquer coisa, terá muitos dias divertidos - especialmente nestas férias (o duro é convencê-lo a sair do parquinho)!

Resultado de imagem para se o sapatinho servir"
Uma história criativa
faz de um livro uma das
caras das novas férias.
Porque, no todo, são todos crianças querendo a mesma coisa: atenção e diversão. Pensar o contrário seria admitir que essa meninada atual seja realmente "difícil"... Afinal, nós os mimamos mesmo, e, "antigamente", um velho televisor com pouquíssimos canais de TV aberta, um bloco de folhas brancas (só de um lado; do outro, planilhas contábeis do trabalho do velho) e algumas idas ao trabalho (do velho, de novo!), e lá estava eu feliz da vida nas férias da minha infância - shopping só havia um e praia, distante, eram luxos raros, mas sempre me restavam os bonequinhos com quem conversava a valer em mil aventuras e as revistinhas em quadrinhos da Disney e da Mônica que, ocasionalmente, a Vovó-Dinha ou o Vovô-Lito traziam "da rua"... Mas não: não posso concordar com estereótipos, ainda mais em tempos de tanta intolerância! Sartre sempre teve razão: é hora de vermos que o inferno somos nós mesmos e o quanto deixamos de ser atrativos ou de atrair nossas crias!

Sim, os tempos mudaram, em menos de um mês caminharemos para a "década de 20 dos anos 2000" (ou seria só em 2021?) e, decididamente, não dá pra comparar gerações crescendo em épocas tão distintas. Mas o simples pode sempre se renovar - eis aí o sucesso absurdo (e sempre revisitado aqui em casa) de BabyShark que não me deixa mentir - e não podemos negar que também mudamos: mais extenuados, corridos e em nossos celulares, muitas vezes deixamos tudo meio que correr solto para "compensar"... Compensemos, pois, a vida com mais tempo ao lado de nossos filhos e a diversão virá! "Na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê"... Ou, em duros tempos modernos, nos games, no carro, no condomínio fechado ou no shopping center mais perto que houver!
Mas o que é isso: o Baby Shark ao volante e sua Mamma Shark assustada?!
Não é em quaisquer férias que se vê isso...

sábado, 30 de novembro de 2019

Mais um fim de ciclo de ensino...


Diários do Papai, 30 de novembro de 2019

Terminando o mês de novembro - e, por conseguinte, o ano letivo (restando só mais uma "incômoda" semana a mais para o Supertrio: com brincadeiras para os Supergêmeos e provas para a SuperFilha) - e, numa espécie de continuação da postagem anterior, eis abaixo a segunda parte daquela atividade de preparação para a prova mensal de Português, em que me aventurei e criei textos para a fixação de alguns conceitos para a minha primogênita. Desta vez, inventei uma interpretação um pouco mais "puxada": com conceitos tanto sobre narrativa (discursos direto e indireto; personagens; tempo; conflito etc.) como sobre verbos e, ainda, substantivos derivados de adjetivos (com EZ e EZA) cobrados de forma lúdica, escrevi essa fantasia misturando mitologias e temas já próximos da minha pequena (mitologia indígena brasileira; problemas sofridos por negros e índios na História; super-heróis etc.) e, ao final, lancei as perguntas - que, a propósito, ficam aqui novamente como dicas, podendo ser exploradas em testes com seus filhos... Só não se esqueçam dos devidos créditos (ou mandarei os deuses e seres encantados me vingarem com você, ré, ré, ré...)!
A Filha disse ter gostado do conto, mas confessou ter sentido falta de "mais ação"
- Como é difícil agradar essa mocinha, meu Senhor...!

Como nascem os deuses...

Era uma vez, no local mais central do Planeta, mais ou menos no meio da África, uma criança especial: além de ser o único claro e alvo da sua tribo negra, Krikato, aos 9 anos, também podia correr mais que um guepardo! A rapidez do garoto impressionava a todos os presentes naquele encontro especial, do mais avaro dos deuses até a mais insípida criatura mágica que, uma vez por ano, reuniam-se nalgum lugar da Terra em que surgisse alguém com habilidades incríveis – e, desta vez, encontravam-se nas profundezas daquele grande lago seco, nos arredores da tribo de Krikato, estranho e belo cenário de aridez e dureza no meio de uma pobre região africana.
O menino, muito pálido, era tão estranhamente apagado que bem poderia sumir das vistas não fosse sua nítida e certa velocidade espantosa. E, para provar seu valor, todos os testes determinados no encontro daqueles superseres foram cumpridos por Krikato, que, correndo pra lá e pra cá como um raio branco, realizava tudo que lhe era pedido em segundos: foi até o estado vizinho e voltou com algo da região; pegou água no lago mais próximo (distante a centenas de quilômetros dali); escavou o chão para obter raízes e frutos no fundo daquela região desértica etc. Todos estavam muito satisfeitos com o que viam e já haviam decidido levar o guri para ser treinado como um novo semideus quando Ogum, uma das poucas divindades africanas do poderoso encontro, disse com tristeza:
– O muleke não pode vir com nenhum de nós... Isso seria estupidez!
– Mas por quê? – todos questionaram espantados.
– Ele é muito mais útil aqui! Vocês já se deram conta de como nos acomodamos em nossas fluidas funções guardiãs? Vivemos isolados em nossas nobres dimensões, somente aqui e ali atendemos às súplicas de algum adorador e perambulamos pelo mundo a nos encontrar em volta de seres dotados de poderes especiais uma vez por ano... E para quê? Para transformá-los em novos deuses e semideuses igualmente inválidos!
– Eu não sou inválido... – resmungou o elfo Albedias.
– Ai, esses duendes intrometidos! – reclamou, com braveza, Odin.
– Calem-se os dois! – bradou Alá – A franqueza de um e a falta de sutileza do outro em nada ajudam na situação!
– Afinal, a nossa eternidade depende dessas descobertas pelo universo, a fim de reconhecermos e desenvolvermos novos superseres... Senão deixamos de existir! – exaltou-se o normalmente nobre Zeus do Olimpo. – Ademais, ele é diferente, e jamais será aceito em sua tribo...
– Vens falar de ser diferente, Zeus? Sei bem destas paragens e do quanto o meu povo pode demonizar e defenestrar alguém... – afirmou, ressentido, o egípcio Seth. – Mas penso como Ogum...
– Se ele ficar até pode ser bom, porque terá pesadelos demais para eu possa devorar: assim será! – rosnou o pouco amigável Baku.
A discussão foi aumentando entre elfos, unicórnios, sapos falantes, gnomos, deuses e semideuses até que Krikato, apesar de muito tímido, resolveu falar:
– E se vocês começassem algo novo em suas eternidades e passassem a treinar as pessoas dotadas de habilidades para ajudar a sua própria gente, aqui embaixo mesmo, na Terra...?
Todos, de poderosos criadores a encantadas criaturas, ficaram estupefatos: nunca, em toda a eternidade, um humano falara assim com nenhum deles! Jeová, um dos mais coléricos naquela época, quis lançar sobre ele sete pragas pela insolência (todos comentavam entre si que Ele precisava urgentemente de um filho para ver se ficava mais amoroso...), enquanto outros, mais moderados como os deuses hindus que ali se encontravam, quiseram dar ao menino mais braços e pernas de presente pela bravura – Ganesha, o mais empolgado desses, disse que lhe presentearia mesmo com uma tromba! Mas foi Tupã quem resolveu a confusão:
– Eu, mais do que ninguém aqui, sei o quanto um povo pode ser massacrado diante da opressão de outros, que se acham mais desenvolvidos – isso sem falar na falta de oportunidades de um lugar já tão sacrificado pela Natureza como este! Ogum e a criança estão certos: é hora de trazer uma mudança real e sadia para esses nossos encontros anuais! A partir de hoje, nós nos reuniremos apenas para dotar esses humanos especiais para serem grandiosos em suas próprias regiões!
Dito isso, todos concordaram e, com poderosas salvas de palmas, houve um avassalador vento na região, em que todos os superseres foram desaparecendo lentamente... Só não Ogum, que permaneceu no meio daquele grande vale profundo, sussurrou no ouvido de Krikato, dizendo para que ele fosse sempre forte e confiante, e, só então, sumiu. O garoto então sorriu, com um semblante diferente e confiante, e, sabendo o que fazer, correu para a sua tribo o mais rápido que podia, ciente de tudo o que faria pelos seus irmãos necessitados – nascia, assim, o primeiro super-herói...

(Dilberto L. Rosa, 2019)


1. Quando e onde acontece a história?
2. Há muitos personagens nesse conto – você consegue mencionar todos eles?
3. Você percebeu como, dentre os vários personagens da história, alguns são mais importantes? Diga quais são os principais e por que você os considera assim.
4. Você conseguiria dar uma característica que definisse cada personagem? Que adjetivos você usaria para cada um?
5. Tudo ia bem na trama até que... Diga qual foi o conflito.
6. A solução do conflito foi dada por quem? Você acha que foi um final feliz? Por que você considera o desfecho positivo?
7. Nesse texto predominam os discursos diretos ou indiretos? Explique.
8. Agora, dê um exemplo de discurso direto e de um indireto contido nessa história.
9. Ao longo do texto, inúmeras palavras estão sublinhadas: algumas são adjetivos e outras, substantivos derivados de adjetivos. Faça duas colunas e coloque, de um lado, os adjetivos e, do outro, os substantivos. Por fim, preencha os espaços restantes em cada uma com os adjetivos ou substantivos correspondentes.
10. Você viu também muitas palavras no texto cujos conceitos você não deve conhecer... Por isso, faça uma lista com essas palavras e procure no dicionário os seus significados.

11. Agora, percebendo que as palavras em negrito são verbos, diga em que pessoa e tempo (se no infinitivo, no passado, presente ou futuro) cada um deles está.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Ensinando e Poetizando


Diários do Papai, 15 de novembro de 2019

Sei que o dia dos professores foi, exatamente, há um mês. Mas como, por aqui, esse bloguinho foi tomado pelas postagens em alusão ao dia das crianças em outubro, somente agora teço esta pequena homenagem a todos aqueles que dedicam seu tempo e seu ofício a ensinar alguém - em especial àqueles do "sacerdócio" voltado para as crianças, e, mais particularmente, às "tias" do SuperTrio: nosso carinho amigo e abraço de agradecimento para, dentre outras, Cassandra (idolatrada pelo SuperFilho) e Laíssa (ambas dos SuperGêmeos) e Sandra ("- Meu nome é Sandra!", das eternas "polêmicas" provas... ré, ré).

E eu, também professor (embora jamais tendo trabalhado com crianças - meus alunos mais novos foram do Ensino Médio, no comecinho da carreira, quando lecionava Redação e Literatura), além de escritor nas horas vagas, peguei-me tendo que unir esses dois universos e criar dois textos numa atividade de revisão para a última prova de Português (da Tia Sandra!) da SuperFilha: geralmente costurando e adaptando exercícios da internet com algumas questões da minha cachola, vi-me em apuros quando precisei bolar uma interpretação de texto e não achava nenhum bom o bastante em que pudesse trabalhar palavras contendo S, SS, C, Ç, SC, X e XC.

O jeito foi o papai aqui improvisar e botar a veia poética a serviço do ensino doméstico! E, assim, inspirado particularmente pelas personalidades combinadas da Filha e da Filhotinha, o "eu-lírico" deu um jeito de misturar os clássicos vocábulos-exemplos da Ortografia estudada a algumas características fortes das minhas meninas (chegando até a "viajar para o futuro", já penando só em imaginar as duas, quando adolescentes, a surfar cheias de popularidade pelas redes sociais, ai, ai...) e nasceu o poema Excêntrica - não por acaso, "aula" desde o título, com o devido espaçamento para completar com "xc"!

Além dos outros espaços para os acertados preenchimentos, pela minha "aluna", com as letras solicitadas ao longo dos divertidos 11 tercetos hexassílabos (louco para lhe dar aulas disso também, ré, ré), ainda bolei algumas outras questões, a fim de explorar bem o nível da sua interpretação textual, que seguem ao final do poema e que podem ser utilizadas como forma de incentivo para que outros pais (viu, mamãe?) abusem da criatividade e pratiquem as tarefinhas dos seus superfilhos com seus próprios versinhos e criações... Garanto: assim é bem mais divertido!
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Excêntrica

Ela era excepcional:
Nasceu na diagonal
Viveu sem exceção.

Não fez concessão:
Só travou discussão
No que era essencial!

Assim ela cresceu:
Aqui e ali distorceu
Alguma expectativa

- Nem releu as assertivas:
Caçou uma alternativa
Marcou, entregou e desceu...

Tímida e extrovertida,
Ensaiava a partida
Nem bem aparecia

E, esperta, transcendia
Lições de Geografia
Sempre bem sucedida!

Se viu adolescente
Sem nenhum plebiscito
Leu algum fascículo

De relance somente...
Ela sobe em crescente
Soma de discípulos:

Uns seiscentos ou mais
Conscientes de tais
Digressões e curtidas...

Essa nasceu com a vida
Em nada ressentida
E acesa em castiçais

– Eu não lhe dou um décimo
Porque qualquer acréscimo
Nela será demais!

(Dilberto L. Rosa, 2019)



Português do Papai
1. Preencha os espaçamentos _ com S, SS, C, Ç, SC, X e XC.
2. Procure no dicionário e dê o significado de 5 palavras novas que você aprendeu com esse poema.
3. A personagem do poema é bem esperta – reescreva 4 versos que mostram bem isso.
4. Mas, às vezes, essa “esperteza” podia lhe prejudicar... Reescreva 5 versos que tratam dos problemas da personagem. 
5. Escreva novas palavras com G, J, S, Z, SS, SC, SÇ, XC e Ç (ao menos uma de cada).

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Caça ao Tesouro


Diários do Papai, 31 de Outubro de 2019

E assim se encerra mais um mês rumo ao final do ano... Mas este outubro acabou sendo marcante, especialmente para esta SuperFamília - e eis aqui a "prova": o dia das crianças, que, além de aqui ter sido dividido em dois posts, foi lúdico o suficiente para termos tido uma data repleta de atrações! Começando com um supercafé-da-manhã (foto abaixo), pela primeira vez, realizamos uma grande caça ao tesouro, cheia de charadinhas e com a SuperFilha lendo e conduzindo os trabalhos de busca pelos presentes (sandálias Grendene da LOL e do Capitão América com seus brindes respectivos e os brinquedos mencionados no último post), escondidos pela casa nos recônditos mais inusitados (seleção com algumas fotos abaixo)! 

Obviamente, nem tudo saiu como o planejado - e a falta de costume da Filha com o jogo, a ansiedade do SuperFilho em simplesmente achar seus presentes e a tristeza de choradeira da SuperFilhotinha (cujo brinquedo acabou sendo o derradeiro, fechando as atividades) bagunçaram um pouco o resultado final... Importante é que, na medida do possível (demora na confecção e organização da mesa do café; atraso na brincadeira com as charadas impressas em cima da hora...), deu tudo certo!

Sem problemas: fica  aqui registrado (exatamente como foi impresso, com espaçamento suficiente para ir separando e cortando os bilhetinhos) como dica para quem quiser se aventurar nesse divertido desafio coletivo - que há de ser feito mais vezes nesta casa e de colocar todos - incluindo a Mamãe - mais ativos e inteirados na próxima! 
O café reforçado de opções para todos os gostos (com café, iogurte de morango, ovinhos de codorna, sanduíches, petas, frutas e bolos) e os esconderijos: mochila da mais velha, máquina de lavar roupas e fogão na cozinha, sacola de praia na área de serviço e roupeiro do guarda-roupa das crianças foram alguns dos esconderijos dos calçados e brinquedos!

INÍCIO
Aqui começa a aventura de vocês...
Na verdade, não aqui, mas no lugar mais bagunçado da casa a primeira charada você vai encontrar...
Somente a cada enigma resolvido, você poderá um palpite arriscar...
Caça aos
Tesouros do Dia
         Das Crianças

1. Mas este local precisa de arrumação!
Eu produzia imagens de televisão...
Quem sou eu é onde está a primeira pista.

2. LEGAL! VOCÊS SÃO BONS NESSA CORRIDA!
Agora quero saber onde na casa se guarda e se prepara a comida...

3. PERFEITO! AGORA É SÓ PARA A PEQUENININHA:
Meu amor, corre, senão um dos seus presentes esquenta e cozinha!

4. AGORA PARA O GAROTÃO:
Que máquina nessa cozinha faz aquele barulhão?!

5. PARA A MAIS VELHA CAIR NA GANDAIA:
Geralmente usamos isto quando vamos para a praia...

6. AGORA VOU LHES CONTAR UM SREGREDO...
QUEM AÍ QUER GANHAR BRINQUEDO?!?!
Então corram para a varanda onde o papai pendura as bicicletas...

7. UM FANTASMA!!! QUEM VOCÊS VÃO CHAMAR?
É só abrir onde o papai costuma as camisas pendurar...

8. Ainda bem que os caça-fantasmas chegaram!!!
Agora corram para o lugar onde vocês há pouco tempo acordaram!

9. EU AMO MATEMÁTICA, INGLÊS E PORTUGUÊS!
Mas Geografia e História às vezes são difíceis de carregar...

10. CHEGAMOS AO FINAL!!!!!!!!!
Mas, para terminar, cada um de vocês vai ter que cantar...

FINAL
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DA BRINCADEIRA...
Filhinha, lá no alto está a sua gela...

RESPOSTAS E PROCEDIMENTOS:
(INÍCIO) As crianças recebiam o primeiro bilhete, dobradinho, na sala, para descobrirem que o tal "lugar mais bagunçado da casa" era o meu ESCRITÓRIO (sim, eu assumo...), em cuja porta estava a pista (1), cuja resposta era TELEVISOR - que remetia ao aparelho pifado no meu gabinete, que tinha colada, na parte superior da tela apagada, a pista (2), que remetia à COZINHA, para onde seguiram e acharam mais um bilhete (dobradinho e colado na parede principal), o de número (3): uma vez que eram três os participantes, os desafios deveriam ser individualizados - como nessa passagem, onde a Filhotinha tinha de descobrir que sua melissinha estava no FOGÃO (que ela achou antes de a charada ser lida!); o Filho entendeu em (4) que seu presente estava na MÁQUINA DE LAVAR; e, em (5), a primogênita encontrou o seu calçado numa SACOLA DE PRAIA.
Daí, a pista (6) voltou a ser para o SuperTrio: agora, tinham que se encaminhar à SACADA, com o bilhete pendurado na BICICLETINHA ROSA, onde estava o mistério (7), que revelava onde escondi os caça-fantasmas da Playmobil: na porta espelhada do guarda-roupa adulto - onde se encontrava o (8), que conduzia a todos para o QUARTO DAS CRIANÇAS, onde a a penúltima charada estava na ESCRIVANINHA, cuja solução era (9), a MOCHILA DA MAIS VELHA, com "seu brinquedo equivocado" (que acabou trocado no mesmo dia...) e a pista (10), que incluía uma inoportuna "prenda" no meio do desespero da Filhinha (depois de ver cada irmão com seus pacotes, não quis saber de cantar nada!) para, finalmente, passar para o (FINAL), com sua geladeirinha no alto do ROUPEIRO INFANTIL.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

"No meu tempo, tudo era muito diferente..."


Diários do Papai, 16 de outubro de 2019.
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E não é que houve bastante consistência e coincidência entre os pedidos das crianças para este ano?
Uma sorveteira (de verdade, apesar de ser rudimentar) para a mais velha, uma geladeira (de brinquedo) e duas caixas de Caça-Fantasmas da Playmobil - incluindo um famoso monstro de... 'marshmellow'!

A gente percebe que a idade chegou quando começa a vociferar "No meu tempo era muito diferente..." - coisa que, infelizmente, já comecei a fazer, especialmente em relação à SuperFilha: sendo a mais velha, normal que dela se espere alguma resistência no comportamento... Mas aos 9 anos?! É ciúme e implicância gratuitos com a SuperFilhotinha; é luta pesada pra acordar para ir à escola; são as primeiras notas baixas - filha de comunista e me tira 6 em História e Geografia, justamente nos capítulos da apostila sobre índios e quilombolas?! "Na idade dela, eu só tirava 9 e 10 - só vivia pra estudar!" e "Só fui colocar as asinhas de fora com as primeiras insolências para a minha pobre mãe lá pelos 18 anos!" já me surgem e incomodam bastante ao ver que, por mais esforços que se dediquem à causa, parece que sempre certas coisas fugirão ao controle de uma criação...

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- Que infantil Filha... Tem certeza
de que você realmente quer isso?
Não foi dessa vez...
O certo é que, apesar do grande comprimento, a Filha ainda é uma criançona em busca de aceitação e de sua própria identidade... E, como não poderia deixar de ser, com o Dia das Crianças chegando, apesar de nunca ter sido a maior fã de brincar com seus brinquedos, a ela também foi perguntado sobre desejos para o 12 de outubro vindouro - no que, surpreendentemente, mostrou-se certa de que queria um coelho Sansão de pelúcia. - Pra quê? Bater nos Supergêmeos? "No meu tempo", as meninas o usavam assim... E por quê: influência do filme Mônica Laços? Não: simplesmente sentiu vontade de ter o tal Sansão... Porém, dadas a sua renitente alergia a poeira e a dificuldade que tive para encontrar o bicho em preços razoáveis (na Cidade, só havia o menor modelo, e pelo dobro do valor cobrado na internet pelo maior, mais o frete!), a promessa ficou pra depois...

Na falta de um imediato "plano B" em brinquedo para a primogênita, tratei de garantir as certezas já tão almejadas pelos meus menores: a Filhotinha escolheu uma geladeira com acessórios modelo Casinha Flor "Estilo", da Xalingo (que acabou sendo comprada num supermercado, com um 24 horas de antecedência, aparentemente o último da cidade) e, para o Filho, a continuação de sua recente adoração com a linha Playmobil dos Caça-Fantasmas, que garantiria, numa promoção do 'site' da RiHappy, mais três personagens do adorável filme de 1984 na versão dos bonequinhos olhudinhos: Egon Spengler (que vinha com dois fantasminhas para caçar) e Ray Stantz, que acompanhava ninguém menos que Stay Puft, o monstro de 'marshmallow' de aparência fofinha - que chegou umas três semanas antes do dia 12 de outubro, dificultando bastante escondê-lo do garotão!
Meus dois Playmobils (que não tenho
mais...): estúdio de jornalismo na TV
e posto para um lindo bimotor...

Aproveitando o ensejo com esses brinquedos atemporais, que viagem cheia de saudades eu fiz com essas compras de Playmobil, um dos primeiros brinquedos de que me lembro ter ganho nos idos da década de 1980... E, como "no meu tempo, era muito diferente", inexistia a possibilidade de eu ganhar, de uma vez só, duas caixas dessas adoradas imitações da poderosa Lego (tal como hoje, alguns modelos cheios de cenários, veículos e acessórios sempre foram bem caros) - e, assim, ganhei um no Dia das Crianças e o outro no Natal de mil-novecentos-e-me-esqueci... Sem esquecer o quanto o acabamento das peças mudou daquela época pra cá: se antes eu não tinha a menor dificuldade em perder os grandes "fios de macarrão" de grosso látex branco (imagens ao lado), que tanto serviam para conectar as câmeras e demais instrumentos do estúdio como também eram mangueiras para a bomba de gasolina no kit do bimotor, hoje o meu garoto pena (e sofre muito com isso...) para achar um fios finos bem molinhos que conectam os feixes de prótons e as armadilhas dos seus ghostbusters!

Saldo final da "brincadeira": quase 500 reais de brinquedos (mais de $200 só com os do menino e, para as meninas, $100 cada mimo)! Um "mega-investimento", sem dúvida! - Ah, mas onde é que no meu tempo se gastava tanto com presente pra criança?! Comprava-se uma coisinha só pra não passar em brancas nuvens e se esperava a próxima 'data especial' (quem sabe as coisas melhoravam "para o ano")... Realmente, os tempos são outros: além dos abusivos valores cobrados atualmente, nós, pais, parece querermos agradá-los a todo custo a fim de vê-los brincar efetivamente com algo por mais que duas semanas e possam, com isso, esquecer-se um pouco dos tablets e celulares (aqui ainda não há consoles de videogames)?! Qual o quê: passados alguns dias, se o menino ainda brinca com seus bonecos e suas falas favoritas do filme que aprendeu comigo a gostar (repetindo-as, por vezes, à exaustão e com todos os sons de efeitos de que se lembra), minha garotinha já prefere pegar, por tempo indeterminado, os joguinhos eletrônicos e se desligar do resto da casa - decididamente, "ela só quer, só pensa em celular..."!

Jogo Hasbro Battleship Grab & Go B0995 2015
Eu sempre quis ter esse jogo
e, certamente, brincaria muitas
vezes com ela...
Mas acabou indo de presente
para um amiguinho no
aniversário de ontem!
Mas e quanto à minha mocinha de 9 anos - levou o quê de presente?! Na última semana, ela se lembrou de um antigo desejo de aniversário do ano anterior (o de 8 anos: aquele da "festa do unicórnio e do Baby Shark"): uma "sorveteira que faz sorvete de verdade", da MultiKids. Até tentei dissuadi-la da ideia - Mas só bobagem, minha Rainha: esses brinquedos existem desde a minha época e, rapidinho, as meninas se desinteressavam deles, porque é mais prático fazer sorvete sem esse monte de peças de plástico pra montar e atrapalhar... Até tentei comprar-lhe um jogo da minha cabeça - que seria o Jogo da Mesada e acabou sendo Batalha Naval... Mas seu chorinho tímido de decepção me fez correr de volta à loja de brinquedos mais próxima, na noite do mesmo dia (seguido de um brevíssimo passeio num shopping para os pequenos extravasarem no parquinho caro), exclusivamente para comprar mesmo a tal sorveteria tal e qual ela queria, sem mais intervenções frustrantes (como num triste 12 de outubro passado...)!

E ela, por acaso, está aproveitando a gostosa brincadeira?! Pede sempre, porém só fez uma vez - que, por sinal, nem deu certo, apesar de todas as instruções do manual incluso terem sido seguidas à risca! No entanto, desta vez, não se trata de culpa da sua moderna geração imediatista e não muito fissurada por brinquedos: essa coisa com cozinha, desde os seus primeiros bolos de cenoura, sempre a animou muito! Creio que a "culpa" acaba sendo de uma cansada Mamãe e seus longos e atarefados dias e de um bastante-sem-jeito-pra-essas-coisas Papai aqui... Fazer o quê: "no meu tempo, era muito diferente: nossos pais jamais tiveram todo esse tempo e essa disposição para conosco, seus filhos, que damos hoje para os nossos, não"...
Aqui e ali eu brinco com os menores, tanto pegando fantasmas (e lembrando as falas do filme...) como de comidinha... Entretanto, assim como se dá com seus acelerados comportamentos, normalmente é por pouco tempo...
Mas prometo que, em breve, farei sorvete com a maior -  afinal, com ela eu acabei sempre brincando mais...

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Corre e Voa


Diários do Papai, 13 de setembro de 2019
O tempo todo
O pulso (ainda) pulsa
E, coração batendo,
Tem-se pressa
O peito aperta
A pele sente
A ansiedade
Pela hora certa
Segue no engarrafado
Trânsito à frente

O grito, abafado...
O desabafo, adiado...
O carinho, atropelado...

Disciplina:
Acorda agora!
Termina de comer!
Faz teu dever!
Arre, Jesus,
Dai-me forças
- Já não vejo a hora
De essa gente crescer!

Acontece
Que a gente esquece
Que somos todos crianças
Num mundo de adultos
Que ainda vão surgir
Pra nos dizer o que fazer...

E o sufoco no trânsito,
A revolta no consultório
A indignação com o síndico
Os atrasos do escritório
O dinheiro que não deu
E as diferenças do casal
São a vida que nunca começou
Direito...
E o brinquedo que se perdeu
O ciúme da amiguinha
O chute que ele me deu
Acabam sendo nossa maturidade
Que sempre dará defeito...

O psicólogo arrogante
O sofá que afundou
O funcionário que aloprou
O rombo financeiro gigante
Os gêmeos que adoeceram
A filha que cedo adolesce
A avó que conflita
O filho que grita
O pai que se escondeu
A mãe que silencia...

A família segue bonita
Pela paz momentânea
No momento congelado
Da foto instantânea...

Por isso mesmo,
Larga o celular,
Desliga o computador,
Sai e chega mais cedo,
Arruma a casa por cima,
Limpa a louça e o medo,
Varre logo essa dor,
Que é cedo ainda...
Abre a janela, corre e voa
Que os filhos têm pressa:
É hora de pegar as crianças
Pelas mãozinhas lindas   
E sair pela imensidão
Voando ligeiro pelo mundo
(Que ficou tão rasteiro
De pé no chão)
Até a última dobra
Da folha de papel colorida
Até se lembrar que a vida
Só vale mesmo se sobra
E se compartilha
Amor e imaginação...
Fotos: Alan Lawrence
em blog com série de fotos feitas em homenagem ao seu filho Will, portador de Síndrome de Down

domingo, 11 de agosto de 2019

9 anos (e 3 quartos) sendo pai...


Diários do Papai, 11 de agosto de 2019
Boa Noite, Darth Vader - tirinhas de Jeffrey Brown

Noutro dia, acabei por soltar, para a SuperFilhotinha, num momento seu de muita galhardia: - Mas essa menina é muito doidinha..., no que ela, de pronto, retrucou: - Doidinha, não, Papai; feliz!... Surpreendido por sua vivacidade, no ato me lembrei de eu já ter dito isso antes, não diretamente pra ela, mas em resposta a uma provocação da SuperFilha, que assim a chamara, irritada com seu alvoroçado comportamento... De qualquer forma, impressionado até agora por duas razões: devemos ser bastante atentos e responsáveis com cada coisa que dissemos perto dos nosso filhos; e por ela ter guardado aquela excelente definição de felicidade, justamente ela, a menina dos olhos de alegria...

Já ela, a mais velha, sempre manteve os olhos de melancolia, algo de triste, algo de mim, quando olhava assim para o nada quando eu era pequeno... Por sua vez, o meu pequeno, o SuperFilho, tem arregalados os olhos cheios da curiosidade, meio que sempre a perguntar algo pra mim ou de mim, num afã de conexão para se concretizar, como se quisesse, no fundo e ao mesmo tempo, entender-se e me tranquilizar, ao se espelhar neste seu pífio pai, que ainda tem tanto com ele - e com as outras - a aprender...

E a Mamãe me lembra, um tanto alheia ao meu filosofar, em meio a uma leitura de Harry Potter e A Pedra Filosofal - de que jamais gostei muito em sua versão cinematográfica, mas que passei a apreciar a fim de evitar que minha menina lesse bobagens como Diário de uma menina nada popular... -, que já se vão 9 anos dos Diários do Papai e, consequentemente, da minha jornada como pai...

E, assim pensativo, às vezes sigo como Drummond, em sua Viagem na Família: tomo-os firme pelas mãos, porém nada digo... Noutras vezes, prefiro Vinícius a me lembrar de meu pai e a refletir sobre como também sou pai no ciclo sem fim de O filho que eu quero ter ou a almejar desesperadamente parar o tempo ao ver a Filha crescendo tão rapidamente ao som de Valsa para uma menininha... Por fim, como um Capitão Fantástico, acabo me pegando dando conselhos e criando com eles uma "sociedade alternativa" em nosso pequeno apartamento ao lhes advertir contra os medos do mundo, o consumismo selvagem e o vil metal e lhes falar das Artes em geral - eu mesmo, ainda com tanto medo do mundo e de seus monstros que, à noite, escondem-se na minha escuridão...

Por isso mesmo que eu, que já nem sei se acredito ou pra quem agradecer, só posso levantar a cabeça e dizer obrigado pelas vidas que a vida me trouxe - ainda que eu não mereça ou que, no fundo, nem saiba se cresci direito e o suficiente para guiá-los, cá estou, há 9 anos, escrevendo sobre (e pra) eles e sonhando acordado na acelerada e louca corrida para vencer cada dia da melhor forma possível, com aprendizado para todos os lados, apesar da casa bagunçada e a vida por fazer, seguindo sem parar de acreditar - ou de escrever - sobre cada passo nesta minha (nossa) jornada como pai...
Mesmo a bermuda da Filha não servindo, maravilhas de escolhas dela como presentes dos seus irmãozinhos pra mim...

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Acabou...
Mas todo dia tem mais!


Diários do Papai, 31 de Julho de 2019
Resultado de imagem para Mônica Laços
A cara das férias: assim como nos Quadrinhos, o Cebolinha quase atrapalhou tudo - no caso, o filme de sucesso Laços, com o fraco desempenho destoante do menino intérprete do "pelsonagem", Kevin Vechiatto... E, assim como na vida, muitas coisas nas férias acabam atrapalhando bastante os caminhos previamente traçados...

Rio Bacanga - vista do Palácio dos Leões
"Subo neste palco..."
Ao todo, foram 2 praias (uma vez na distante e não tão bela Panaquatira e outra, no infelizmente poluído Araçagy); 5 filmes vistos no Cinema (Patrulha Canina só para os gêmeos; o lindinho Mônica Laços só para a mais velha; e, para todos, o ótimo Toy Story 4, o apenas engraçadinho Pets 2 e o desnecessário Rei Leão) e mais outros tantos pela televisão/internet; 1 singela colônia de férias de uma semana aqui mesmo no SuperCondomínio (afora as descidas comuns ao play do dia-a-dia); 2 idas à piscina de condomínios: uma num evento com a Vó-Dinha e a outra, com o Tio Vefinho); pelo menos 1 ida a cada um dos 5 shopping-centers da Cidade (com direito aos brinquedos e sorvetes de direito...); e uma voltinha breve em cada um dos passeios de praxe por aqui (Lagoa da Jansen; Espigão Costeiro na Península da Ponta d'Areia; Museus no Centro Histórico etc.) - esta foi a contabilidade básica deste mês de julho que ora se finda, já deixando saudades no atualmente preguiçoso ao extremo SuperTrio!

Bandeirinhas juninas na Rua Portugal - Centro Histórico
"Da fogueira de São João Quero ser sempre o menino..."
Férias... Tempo de descanso e de passeios, férias são, na prática, um microcosmo da própria vida: por mais que planejemos, nem sempre é possível se ter controle sobre tudo! E, assim, apesar da previsibilidade de contas apertadas com dinheiro escasso - e, consequentemente, de qualquer possibilidade de viagens e maiores passeios, tal como solicitados pela SuperFilha - e de algumas alternâncias de tempo - chuvas ocasionais eram aguardadas como "estraga-prazeres" de alguns pequenos eventos -, muitos imprevistos acabam por nos tirar quase que completamente da reta original traçada... Vide o que se deu neste mês: uma semana de inteira prostração para os Supergêmeos (um pouquinho mais para a sensível coxinha esquerda da SuperFilhotinha) em razão daquela dolorosa vacina tetraviral; mais umas semanas de dura virose para o Papai aqui (depressão...); uma queda, um nariz sangrando e muita confusão em razão de inaceitáveis descuidos num desses parquinhos de shopping com a minha pequenininha (de novo ela...) e 'otras cositas mas' quase comprometeram toda a graça por completo...
Monumento a São José de Ribamar
"Meu divino São José..."

Mas nada que pequenas doses de entusiasmo aqui e ali por alguma diversão, acrescidas da alegria em rever a prima AnaCarol (que, mais uma vez, esteve conosco em muitos ocasiões e... comeu pastel!), não compensassem as penúrias econômicas ou de espírito: e, ainda que faltando muitas iniciativas necessárias - especialmente para com o SuperFilho, que ainda carece da atenção devida -, porquanto conciliar os afazeres domésticos, o cuidar de três garotinhos e os eventuais frissons de julho não seja tarefa das mais fáceis, acredito que todos se esforçaram: as "vovós Lena" marcaram presença na medida do possível e a Mamãe, a fim de celebrar o finalzinho das férias, resolveu botar a mão na massa inventando o "Doce do Saci", "iguaria" oriunda de um divertido código de família entre as crianças e eu em razão de alguns livros infantis sobre folclore lidos!

Vista do Espigão Costeiro - Ponta d'Areia
"... Tem que morrer pra germinar..."
Férias, no fundo, são um reflexo da vida: aquele estado da alma em descanso e sem compromisso como fuga momentânea - quando deveria ser a sensação perene do ano inteiro... Portanto, nada de tristeza, que em dezembro tem mais! Na verdade, todo dia, né, Filhos...?! Afinal, como palco maior da encenação do Auto das Férias, a vida pode nos surpreender muito positivamente com inúmeras e adoráveis possibilidades de encontros, criatividade e diversão sem fuga a cada dia de rotina comum e estressante - basta acreditarmos (assim como no quadro que dei para Beloca por ocasião da volta às aulas: "Eu acredito em unicórnios") e nos esforçarmos no mínimo do que se nos espera e, voilá, eis que uma brincadeira coletiva com os joguinhos de casa (mas nada de tablets, celular ou qualquer outro eletrônico, hein, Dodó?!), uma ida a um supermercado ou mesmo um passeio mais elaborado podem muito bem trazer o eterno frescor dos tempos de férias a um normalmente cinzento agosto, por exemplo... Então, boas férias - sempre!

*Legendas das fotos: canções de Gilberto Gil: "Palco"; "São João Xangô Menino"; "Procissão"; "Drão".
Arrumação do SuperQuarto ajuda muito a começar tudo de novo...
Mas, afinal, "quem raspar o prato vai ganhar o quê...?" - Doce do Saci, é claro!
(mesmo que isso soe estranho para uma vizinha perneta do condomínio e que só ouviu pelo elevador...)
Nada que bolinhas de leite em pó e criativos corantes coloridos não possam inventar um gostoso tom de férias!
 

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