segunda-feira, 21 de outubro de 2019

"No meu tempo, tudo era muito diferente..."


Diários do Papai, 16 de outubro de 2019.
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E não é que houve bastante consistência e coincidência entre os pedidos das crianças para este ano?
Uma sorveteira (de verdade, apesar de ser rudimentar) para a mais velha, uma geladeira (de brinquedo) e duas caixas de Caça-Fantasmas da Playmobil - incluindo um famoso monstro de... 'marshmellow'!

A gente percebe que a idade chegou quando começa a vociferar "No meu tempo era muito diferente..." - coisa que, infelizmente, já comecei a fazer, especialmente em relação à SuperFilha: sendo a mais velha, normal que dela se espere alguma resistência no comportamento... Mas aos 9 anos?! É ciúme e implicância gratuitos com a SuperFilhotinha; é luta pesada pra acordar para ir à escola; são as primeiras notas baixas - filha de comunista e me tira 6 em História e Geografia, justamente nos capítulos da apostila sobre índios e quilombolas?! "Na idade dela, eu só tirava 9 e 10 - só vivia pra estudar!" e "Só fui colocar as asinhas de fora com as primeiras insolências para a minha pobre mãe lá pelos 18 anos!" já me surgem e incomodam bastante ao ver que, por mais esforços que se dediquem à causa, parece que sempre certas coisas fugirão ao controle de uma criação...

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- Que infantil Filha... Tem certeza
de que você realmente quer isso?
Não foi dessa vez...
O certo é que, apesar do grande comprimento, a Filha ainda é uma criançona em busca de aceitação e de sua própria identidade... E, como não poderia deixar de ser, com o Dia das Crianças chegando, apesar de nunca ter sido a maior fã de brincar com seus brinquedos, a ela também foi perguntado sobre desejos para o 12 de outubro vindouro - no que, surpreendentemente, mostrou-se certa de que queria um coelho Sansão de pelúcia. - Pra quê? Bater nos Supergêmeos? "No meu tempo", as meninas o usavam assim... E por quê: influência do filme Mônica Laços? Não: simplesmente sentiu vontade de ter o tal Sansão... Porém, dadas a sua renitente alergia a poeira e a dificuldade que tive para encontrar o bicho em preços razoáveis (na Cidade, só havia o menor modelo, e pelo dobro do valor cobrado na internet pelo maior, mais o frete!), a promessa ficou pra depois...

Na falta de um imediato "plano B" em brinquedo para a primogênita, tratei de garantir as certezas já tão almejadas pelos meus menores: a Filhotinha escolheu uma geladeira com acessórios modelo Casinha Flor "Estilo", da Xalingo (que acabou sendo comprada num supermercado, com um 24 horas de antecedência, aparentemente o último da cidade) e, para o Filho, a continuação de sua recente adoração com a linha Playmobil dos Caça-Fantasmas, que garantiria, numa promoção do 'site' da RiHappy, mais três personagens do adorável filme de 1984 na versão dos bonequinhos olhudinhos: Egon Spengler (que vinha com dois fantasminhas para caçar) e Ray Stantz, que acompanhava ninguém menos que Stay Puft, o monstro de 'marshmallow' de aparência fofinha - que chegou umas três semanas antes do dia 12 de outubro, dificultando bastante escondê-lo do garotão!
Meus dois Playmobils (que não tenho
mais...): estúdio de jornalismo na TV
e posto para um lindo bimotor...

Aproveitando o ensejo com esses brinquedos atemporais, que viagem cheia de saudades eu fiz com essas compras de Playmobil, um dos primeiros brinquedos de que me lembro ter ganho nos idos da década de 1980... E, como "no meu tempo, era muito diferente", inexistia a possibilidade de eu ganhar, de uma vez só, duas caixas dessas adoradas imitações da poderosa Lego (tal como hoje, alguns modelos cheios de cenários, veículos e acessórios sempre foram bem caros) - e, assim, ganhei um no Dia das Crianças e o outro no Natal de mil-novecentos-e-me-esqueci... Sem esquecer o quanto o acabamento das peças mudou daquela época pra cá: se antes eu não tinha a menor dificuldade em perder os grandes "fios de macarrão" de grosso látex branco (imagens ao lado), que tanto serviam para conectar as câmeras e demais instrumentos do estúdio como também eram mangueiras para a bomba de gasolina no kit do bimotor, hoje o meu garoto pena (e sofre muito com isso...) para achar um fios finos bem molinhos que conectam os feixes de prótons e as armadilhas dos seus ghostbusters!

Saldo final da "brincadeira": quase 500 reais de brinquedos (mais de $200 só com os do menino e, para as meninas, $100 cada mimo)! Um "mega-investimento", sem dúvida! - Ah, mas onde é que no meu tempo se gastava tanto com presente pra criança?! Comprava-se uma coisinha só pra não passar em brancas nuvens e se esperava a próxima 'data especial' (quem sabe as coisas melhoravam "para o ano")... Realmente, os tempos são outros: além dos abusivos valores cobrados atualmente, nós, pais, parece querermos agradá-los a todo custo a fim de vê-los brincar efetivamente com algo por mais que duas semanas e possam, com isso, esquecer-se um pouco dos tablets e celulares (aqui ainda não há consoles de videogames)?! Qual o quê: passados alguns dias, se o menino ainda brinca com seus bonecos e suas falas favoritas do filme que aprendeu comigo a gostar (repetindo-as, por vezes, à exaustão e com todos os sons de efeitos de que se lembra), minha garotinha já prefere pegar, por tempo indeterminado, os joguinhos eletrônicos e se desligar do resto da casa - decididamente, "ela só quer, só pensa em celular..."!

Jogo Hasbro Battleship Grab & Go B0995 2015
Eu sempre quis ter esse jogo
e, certamente, brincaria muitas
vezes com ela...
Mas acabou indo de presente
para um amiguinho no
aniversário de ontem!
Mas e quanto à minha mocinha de 9 anos - levou o quê de presente?! Na última semana, ela se lembrou de um antigo desejo de aniversário do ano anterior (o de 8 anos: aquele da "festa do unicórnio e do Baby Shark"): uma "sorveteira que faz sorvete de verdade", da MultiKids. Até tentei dissuadi-la da ideia - Mas só bobagem, minha Rainha: esses brinquedos existem desde a minha época e, rapidinho, as meninas se desinteressavam deles, porque é mais prático fazer sorvete sem esse monte de peças de plástico pra montar e atrapalhar... Até tentei comprar-lhe um jogo da minha cabeça - que seria o Jogo da Mesada e acabou sendo Batalha Naval... Mas seu chorinho tímido de decepção me fez correr de volta à loja de brinquedos mais próxima, na noite do mesmo dia (seguido de um brevíssimo passeio num shopping para os pequenos extravasarem no parquinho caro), exclusivamente para comprar mesmo a tal sorveteria tal e qual ela queria, sem mais intervenções frustrantes (como num triste 12 de outubro passado...)!

E ela, por acaso, está aproveitando a gostosa brincadeira?! Pede sempre, porém só fez uma vez - que, por sinal, nem deu certo, apesar de todas as instruções do manual incluso terem sido seguidas à risca! No entanto, desta vez, não se trata de culpa da sua moderna geração imediatista e não muito fissurada por brinquedos: essa coisa com cozinha, desde os seus primeiros bolos de cenoura, sempre a animou muito! Creio que a "culpa" acaba sendo de uma cansada Mamãe e seus longos e atarefados dias e de um bastante-sem-jeito-pra-essas-coisas Papai aqui... Fazer o quê: "no meu tempo, era muito diferente: nossos pais jamais tiveram todo esse tempo e essa disposição para conosco, seus filhos, que damos hoje para os nossos, não"...
Aqui e ali eu brinco com os menores, tanto pegando fantasmas (e lembrando as falas do filme...) como de comidinha... Entretanto, assim como se dá com seus acelerados comportamentos, normalmente é por pouco tempo...
Mas prometo que, em breve, farei sorvete com a maior -  afinal, com ela eu acabei sempre brincando mais...
 

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