
Cadê a neném que estava aqui, em frente à decoração natalina do 'shopping', para eu tirar uma foto?
Já saiu correndo (mais um poder revelado: supervelocidade! Talvez para fugir do Papai Noel...
Com a Vovó-Dinha e o Vovô Lito já estava tudo certo: após a mudança para o novo apartamento e com muita coisa ainda para arrumar, o Natal seria aqui mesmo na "Fortaleza".
Só faltava confirmar com os outros avós e titios (um de cada lado, e suas respectivas consortes) para aumentar o salpicão e a farofa, mas todos acabariam por vir. Isto até a Bisa voltar de recuperação de uma longa jornada devido a uma cirurgia no fêmur: o Natal, agora, seria na casa da minha tia, onde ela mora.
Mas e a Filha? Nessa casa teria uma rede para ela ser embalada até pegar no sono? E a barulheira do povo do meu pai, normalmente bem animado, ainda mais depois de regado à cerveja do Natal e com a "desculpa" de animar minha avó? Afinal, a minha supergarotinha ainda não dorme na cama, só no berço (ela se levanta à noite: travesseiros ou mesmo gradinhas de cama não são suficientes para "detê-la"!)...
- Por mim tudo bem... Mas e a ceia?
Sábado, véspera do Natal: a Mamãe amanhece gripada, enquanto tenho que dar um jeito de encontrar uma oficina que arrume o veículo naquele mesmo dia (afinal,não dá para circular sem o pára-choque e o farol direito)... E a ceia: ainda daria tempo de ir ao supermercado? E a "preparação" da minha garotinha para o "espírito natalino"? E aquela roupa de Papai Noel que a Vovó-Dinha havia prometido para eu me apresentar à noite? Conseguiria eu ainda fazer um Natal especial para a Filha? A ânsia começava a tomar conta de mim...Quase à noitinha chego em casa e encontro minha esposa arrumada para ir à missa com minha sogra: com nossa menininha dormindo, eu chego a agradecer aos céus por ter a chance de ficar em casa e descansar um pouquinho... Mas, nem bem me preparei para tomar um banho, o telefone começa a tocar, com uns três amigos, em seguida (eles combinaram?), a me desejar boas festas e a botar o papo em dia: tudo bem, eu também estava com saudades deles... Vou me deitando depois de arrumar as compras e de esquematizar o que poderia ser feito meio de última hora para a meia-noite quando a SuperFilha põe-se a chamar "pa-pá" na rede! A postos: vamos "brincar de Natal", meu amorzinho...
Pus-me a explicar-lhe sobre o presépio (especialmente sobre as orelhas quebradas dos bichinhos - que eu iria colar tão logo parasse e achasse a superbonder -, que ela havia derrubado noutro dia, evidenciando-me a necessidade de colocar a "atração" natalina para um lugar mais alto na sala). Menos de um segundo depois, lá estava a menina em cima do braço do sofá, a pegar os porta-retratos da prateleira do 'rack': - Pa-pá? Ma-mã? Ne-ném?, manifestava-se ela, enquanto eu ia me jogando embaixo, a fim de catar os objetos antes de se espatifarem no chão... Fazer o quê? O sofá tinha que estar ali, para que a árvore ficasse mais reservada (e imprensadinha, contra a ação de bebês curiosos) entre o estofado e o aparador - o que acabou se transformando numa plataforma de 3 degraus para a curiosa espertinha.
Voltei com o presépio de figuras infantis, antecipando-me até em botar a manjedoura com o bebê Jesus antes da meia-noite na grutinha de resina, mas nada de arrancar dela o costumeiro Ne-ném? frente ao bonequinho do menino-Deus... Quase 20:30h e nada de a Mamãe voltar: este trânsito natalino está mesmo infernal! Opa, perdão, Senhor...
Ela, enfim, chega e passa a dar uma força com tudo e eu, arreliado, passo a cobrar que ela houvesse vindo mais cedo: Fôssemos no domingo de Natal, que hoje ainda havia a ceia para preparar eu dizia, enquanto Mas o que eu posso fazer se tudo ficou para última hora? ela contra-argumentava... Nisso vi a filha sozinha na sala, a me olhar calada com seus lindos olhinhos graúdos e curiosos (Nunca vi vocês discutindo...!)...
"As velas!", pensei, e, correndo para apagar as luzes, deixei somente as lampadinhas da árvore e acendi duas velas natalinas da decoração que eu sequer havia tocado antes: uma dentro de um pequeno castiçal de vidro, em forma de estrela, e a outra dentro de uma casinha de resina, cujas janelinhas ficavam "acesas" com a chama por dentro. Preparei tudo e, por um momento, encontrei agora os seus olhinhos a brilhar com aquela novidade, acompanhados de um breve sorriso...
Encontrara, enfim, o momento mágico com ela que eu tanto almejava... Apesar de ela ainda não entender tudo sobre a vinda daquele neném mais que especial para a Terra e de quase nada saber da mitologia do Papai Noel além de ser algo em torno daquele velho esquisito de vermelho que a assustou um pouco na última vez em que havíamos ido ao 'shopping', a SuperFilha corria animada pelo apartamento até bem mais tarde do que costumava dormir: mais de 22:30h e a "piunguinha" animada, como que sabendo que aquela era uma noite especial!
A Mamãe demora para fazê-la adormecer, embalando-a na rede, enquanto eu penso em qualquer coisa para não deixar nossa meia-noite de estômago vazio; ela volta do quarto com ar de cansada e eu, idem em dobro, e nos decidimos por não trocar de roupa, ficando mesmo com nossos surrados trajes de casa; preparamos um arroz temperado com as compras que havia feito, acrescentamos uma salada crua com kani, um pouco de salpicão fornecido pela sogra e um gostoso vinho chileno 'carmenére' e pronto - sentemos, façamos nossas preces e comamos, enfim!
Bem... Teremos que adiar mais um pouquinho a ceia: a filha abriu um superchoro (e isso se repetiria mais umas 4 vezes ao longo da madrugada natalina, no que apelidamos de "Choro do Galo"!) e Jandira teve de dar o peitinho... Talvez na manhã do domingo troquemos os presentes... Talvez ainda dê tempo de ligar para outros amigos e de visitar alguns parentes... Talvez descansemos... Talvez... Mas FELIZ NATAL - com certeza!


Sempre costumava arrumar a pequena decoração natalina de casa somente no dia 1º de dezembro – e reservando a figura do Menino Jesus no presépio montado somente para a meia-noite do dia 25; porém, diante do ‘boom’ natalino tão cedo deste ano, e ávido que estava por mostrar todo esse lado lúdico do Natal à Isabela, acabei embarcando na viagem natalina precocemente e, uma semana e meia antes de dezembro ter chegado, já estava eu arrumando os enfeites natalinos pela casa e montando o pinheirinho na sala de forma estratégica (entre o aparador e o sofá) – já chegou a fase da minha pequena de subir em tudo em busca de novas descobertas...
já tratei de encomendar algumas lembrancinhas para a família e os amigos mais próximos via 'internet' (sabe como é, um super-herói que se preze tem tanta coisa para fazer num final de ano que fica super-humanamente impossível deslocar-se para os templos de perdição lotados dos 'shopping centers'!) – e os presentinhos da Filha, obviamente, foram a primeira compra! Mas a revelação só farei no 'post' natalino, senão estragaria a surpresa (afinal, de vez em quando, a Filha está a teclar por aqui e acabaria descobrindo...)! 




