terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Coisas Simples...


Diários do Papai, 31 de Dezembro de 2019

Senti algo tão bom quando a SuperFilha apareceu com esse desenho feito na escola, feito por ela: de pronto, imaginei a magia de um lugar que pudesse vender sonhos, as coisas mais simples que cada ser humano, em sua individualidade, precisasse para ser feliz... Bandeirinhas de São João em mosaico (podendo vir a se tornarem qualquer outro desenho, em qualquer época do ano!); a realização das crianças confirmada pela surpresa esperada ao abrir o presente na véspera do Natal; o primeiro sorriso do filho flagrado numa foto; luzes de velas em momentos especiais; o sabor daquele primeiro prato regado a vinho tomado a dois; a lembrança de velhos símbolos de fim de ano; miniaturas e brinquedos dos tempos da infância; o vento no rosto em passeio pela praia ao pôr-do-sol; um banho de chuva; o cheiro e a textura da roupa da pessoa amada naquele abraço especial... 

- E onde eu poderia encontrar essa fábrica?, perguntei, animado e cúmplice daquele sonho em forma de desenho poético feito pela minha primogênita, no que ela disse, enfática, não se tratar de nenhuma "loja de sonhos", mas só e tão somente um prédio onde se produziam e se vendiam... "roupas para o dia-a-dia" ("para meninas e meninos")! Sim: tudo se tratava de um simples projeto para um trabalho coletivo na aula de Maker (argh para esses estrangeirismos: é o tal do moderno "Empreendedorismo")!

Mas a ideia do nome fora dela! As amiguinhas queriam algo bem mais nababesco: "Super-Heroínas na Moda Natural" (havia algo sobre "moda autossustentável" por baixo da ideia proposta pela professora...), e confesso ter ficado feliz com a simplicidade da minha garotinha: que os SuperGêmeos herdem essas gostosas e criativas "coisas simples" do seu jeito de ser... Uma pena a Filha, no dia da apresentação, não ter conseguido falar muito sore sua parte em razão da elevada dose de sua timidez, diante de uma Mamãe que filmou tudo para que o Papai aqui pudesse ver depois, em razão de ter ficado em casa com a SuperFilhotinha e o SuperFilho.

Legal saber de toda a ideia "empreendedorística", mas, não sei não... Ao final de mais um ano, em especial, este cinzento, desde a Política Nacional até os reveses sofridos em família, eu prefiro a ideia do que pensei inicialmente ao ver seu desenho, só sentindo a Poesia do que poderia estar por trás... E é com essa ideia, de imagens, sonhos e coisas simplesmente boas, que quero encerrar 2019 - cheio de esperança para que o novo ano que já, já se inicia seja repleto de conquistas e alegrias por sobre as coisas simples que nos levem à Felicidade... 

Feliz 2020!






domingo, 15 de dezembro de 2019

Férias... De novo?!


Nostalgia a toda prova: gostei muito da nova animação de A Família Addams, que homenageia várias versões antigas desses adoráveis personagens "diferentes" e que sempre me provocaram risadas e reflexões - e que, agora, aproveito as férias para mostrá-los ao SuperTrio.
Férias chegaram, o dinheiro acabou e, a não ser que pinte a chance de uma viagem de carro, poucas são as opções de lazer sem grandes repetições do ano inteiro... "Praia? Museus? Shoppings? Praças?" - De novo?! Como salvar o dia (e quase dois meses inteiros) apelando para os tablets, jogos de celulares ou de tabuleiros e desenhos animados de sempre? O que fazer, questiona-se (a SuperFilha e) o meu coração irrequieto e cheio de culpas em relação ao SuperTrio... "- Ei, a Prima Carol chegou: vamos passear com ela e matar as saudades!"... "- Não, 'peraí... Ela não pode ir à praia ou à piscina por causa de precoces tratamentos de beleza nos cabelos... E já sabe de cor os passeios anteriores... E agora?"!

Iluminação de Natal especial na Praça Dom Pedro II:
Palácio dos Leões (detalhe).
Até o momento, por entre azares como a batida traseira do carro e uma séria distensão de músculo abdominal ("Muito repouso..." - Mas como?!), dezembro avança lento e quente, por dias de ainda trabalho da Mamãe e algum esforço do Papai aqui em fazer algo diferente - uma massinha? Livro?Atividades motoras-finas para o FilhoJenga? Jantar especial coletivo? Procuram-se novas opções, para além de muita smartv (aí incluindo karaoke, Youtube e Netflix), 3 shoppings (até agora...) e seus caros parques traiçoeiros (segunda vez em que a Filhotinha se fere num desses só nesse ano!), uma praia e um "cilema" - a animação A Família Addams, que, apesar de certos clichês e alguns senões para os menores (como piadas adultas e com armas ou referências que só os pais vão entender), é um ótimo filme para todos, especialmente pela discussão com os pequenos sobre padrões sociais e o que é ser "normal"...

A propósito, muito ainda há de se fazer em relação ao SuperFilho: tratamento (só na Justiça pelo plano...), fechamento de diagnóstico (sensação de dúvida...) e suporte pedagógico individualizado (que, mesmo com seus "valores cristãos", nâo é oferecido adequadamente pela escola - que ainda é relapsa na segurança e quase permitiu uma tragédia!) são alguns dos inúmeros pontos explicitados por um recente encontro com antiga amiga, que primeiramente me mostrou os duros caminhos percorridos para criar seu (hoje pós-graduado) filho autista: "- Esse mundo é duro e cruel com quem é diferente..." E eu olho para o meu menino lindo e tudo que consigo pensar e sentir enquanto deixo escapar uma lágrima é que ele há de conseguir superar qualquer "limitação" ou "diferença" do restante "normal"... E, antes de qualquer coisa, terá muitos dias divertidos - especialmente nestas férias (o duro é convencê-lo a sair do parquinho)!

Resultado de imagem para se o sapatinho servir"
Uma história criativa
faz de um livro uma das
caras das novas férias.
Porque, no todo, são todos crianças querendo a mesma coisa: atenção e diversão. Pensar o contrário seria admitir que essa meninada atual seja realmente "difícil"... Afinal, nós os mimamos mesmo, e, "antigamente", um velho televisor com pouquíssimos canais de TV aberta, um bloco de folhas brancas (só de um lado; do outro, planilhas contábeis do trabalho do velho) e algumas idas ao trabalho (do velho, de novo!), e lá estava eu feliz da vida nas férias da minha infância - shopping só havia um e praia, distante, eram luxos raros, mas sempre me restavam os bonequinhos com quem conversava a valer em mil aventuras e as revistinhas em quadrinhos da Disney e da Mônica que, ocasionalmente, a Vovó-Dinha ou o Vovô-Lito traziam "da rua"... Mas não: não posso concordar com estereótipos, ainda mais em tempos de tanta intolerância! Sartre sempre teve razão: é hora de vermos que o inferno somos nós mesmos e o quanto deixamos de ser atrativos ou de atrair nossas crias!

Sim, os tempos mudaram, em menos de um mês caminharemos para a "década de 20 dos anos 2000" (ou seria só em 2021?) e, decididamente, não dá pra comparar gerações crescendo em épocas tão distintas. Mas o simples pode sempre se renovar - eis aí o sucesso absurdo (e sempre revisitado aqui em casa) de BabyShark que não me deixa mentir - e não podemos negar que também mudamos: mais extenuados, corridos e em nossos celulares, muitas vezes deixamos tudo meio que correr solto para "compensar"... Compensemos, pois, a vida com mais tempo ao lado de nossos filhos e a diversão virá! "Na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê"... Ou, em duros tempos modernos, nos games, no carro, no condomínio fechado ou no shopping center mais perto que houver!
Mas o que é isso: o Baby Shark ao volante e sua Mamma Shark assustada?!
Não é em quaisquer férias que se vê isso...
 

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