segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Nossas Crianças...!


O feriadão até que foi bom para a meninada aqui de casa, com direito a uma volta rápida em dois shoppings (ora com todos, ora somente entre a Mamãe e a SuperFilha), a uma passadinha-relâmpago na praia (pouco antes de uma chuva!) e a desenhos animados na TV e recreações no play do SuperCondomínio sem restrições! E, apesar de certos desinteresses rapidamente gerados em torno dos brinquedos ofertados - um caminhão gigante dado pela Vó-Dinha ao SuperFilho; uns carimbos educativos de madeira com as letras do alfabeto que ofereci aos SuperGêmeos enquanto suas superbicicletas não chegavam (o que ocorreu hoje, mas só devo procurar montar amanhã...); e um há muito ansiado kit de mágicas para a Filha (que parece tê-lo feito desaparecer logo após conhecer alguns truques...) -, o Dia das Crianças deste ano foi bem vivenciado!

E, em continuidade aos feriados escolares, esta segunda é Dia dos Professores. E, aproveitando que o Papai aqui, além de possuidor de alma e coração de criança repleto de esperanças, também é um professor, não poderia deixar de me inquietar profundamente com a atual ascensão de um presidenciável que, completamente despreparado cultural, política e psicologicamente - vide seu total desconhecimento de História e do próprio país que quer governar, seu histórico como deputado federal improdutivo há quase 30 anos e as inúmeras polêmicas e maracutaias em que se meteu -, não só cresceu unicamente embasado em viralizações virtuais vazias e cheias de preconceitos, ódio e imagem de "honesto", como também sempre possuiu as piores e mais destrutivas propostas e "ideais" sobre inúmeros temas tão urgentes, como a Educação, que, num possível mandato seu, não veria qualquer projeto concreto de melhorias para os profissionais da área, teria ensino à distância desde o ensino fundamental ("para combater o Marxismo"...!) e teria que encarar, até mesmo, a paulatina extinção do Ministério da Educação!

Hoje, ao final desse interregno de datas tão simbólicas em torno da geração do futuro do Brasil e dos seus mestres, eu me quedo consternado com o fato de alguém que, em relação às crianças e adolescentes tão necessitados deste País, é capaz de esbravejar aos quatro ventos que encoraja o uso de armas de fogo para crianças e que o "Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser rasgado e jogado na latrina", e, ainda assim, lançar-se como um adorado modelo "cristão" de "cidadão de bem", "por Deus e pela família", e ser adorado como um "mito" por milhões de brasileiros que parecem ter perdido inteiramente o bom senso e, como uma turba de ensandecidos que sofreram uma estranha lavagem cerebral política que os levou em retrocesso para os cinzentos anos 60 "contra o Comunismo" e a "favor da família" (qual "modelo"?) e do "Movimento Militar" (bem como de todas as suas atrocidades veladas tão em voga nos dias atuais), seguem a pisotear quem e o que estiver em seu caminho rumo ao Poder de seu Supremo Líder...

Eu, pai de um menino autista (que já sofre com exclusão por ser "diferente") e duas supermeninas lindas, que não foram "fraquejadas" e que empodero desde já contra um monstruoso mundo machista, encerro com o grito de alerta do título desta postagem-desabafo e com as lamentáveis imagens seguintes, em que muitos pais e o próprio candidato, endeusando um Patriotismo fascista, cego e improdutivo no afã de associar país a militarismo no Poder e na construção da figura de um "herói nacional" e "salvador da pátria", chegam ao absurdo obscurantismo de incentivar crianças a fazerem o "símbolo" de sua campanha: a simulação, com ambas as mãos, de estarem atirando em alguém... O Estado é laico, deve governar para todos os tipos de pessoas e famílias existentes, sem qualquer discriminação e com as devidas inclusões, e jamais se transformar numa força de repressão bélica sob o pretexto de "controle da segurança" - especialmente um país como o nosso, com tantas crianças precisando de um livro numa das mãos e, na outra, de um preparado mestre a orientá-las, para lutar, com ideias, por um futuro melhor de paz e progresso para todos...
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quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Crescendo


SuperGêmeos já devidamente a postos em suas cadeirinhas e a irritabilidade do pós-meio-dia imperava, aquela gritaria no carro: o SuperFilho, nervoso com alguma pequena contrariedade qualquer, já se debatia e tentava abrir a porta do seu lado esquerdo como forma de protesto; a SuperFilhotinha exigindo do flanco direito, aos berros, que sua canção preferida da vez tocasse logo no carro... E o Papai aqui, já tendo ligado para a recepção da entrada/saída dos "meninos maiores" do Fundamental para que a SuperFilha fosse chamada antes pelos microfones, vinha conduzindo o carro da entrada do Infantil até ali, parando de forma meio irregular entre um canto da última vaga e a faixa de pedestres do Fundamental, e, naquela espécie de drive-thru improvisado que praticávamos há tempos, esperava a Filha já estar na recepção e nos avistar o quanto antes para vir correndo sentar ao meu lado, e, em seguida, voarmos para casa no tempo certo de todos chegarem acordados, almoçarem, descansarem, fazerem as tarefinhas...
– Oi, Pai!
– Olá, meu amor lindo: tudo bem?
– Tudo... Só ainda chateada com o recreio, que tem ficado muito curto...
– Não é porque vocês, meninas, insistem naquele "lanche comunitário" e acabam perdendo muito tempo com todo esse lance social?
– Até que não... Ficou chato isso: – Ei, você tem que vir, porque TODAS as meninas estão lanchando juntas... Tem dia que eu não quero e prefiro merendar com o Gui...
– É só dizer... Mas me conta mais: como foi o seu dia, minha rainha?
– Foi bom... Voltei a ser amiga da Letícia!
– E isso é bom?
– Acho que sim...
– Como assim? Não foi ela quem deixou de ser sua amiga? Passou a viver te provocando?
– Por isso é que voltei a amizade: 'tava cansada disso!
– Mas foi ela ou foi você quem retomou?
– Fui eu... E eu também não aguentava mais as pessoas perguntando: – Mas por que você não fala mais com ela... Vocês eram tão amigas... Agora não tem mais isso!
Preocupado com sua autoestima, a fim de não permitir que ela crescesse como essas meninas tolas de hoje em dia, ávidas pelas aparências e com "o que vão pensar" pelas redes sociais da vida, respirei fundo e passei a lhe falar que ela precisava se valorizar, jamais se preocupando em agradar ou com o que vão pensar, no que ela logo me interrompeu, categórica:
– Pai, só fiquei amiga dela; não voltei a ser melhor amiga... Também não vou fazer slime pra ela como fiz para as outras e, se ela voltar a me provocar, deixo de ser amiga dela outra vez!
Preocupado que estava com todo aquele projeto de pragmatismo social, eu que sempre soube ser só e a valorizar muito poucas pessoas no meu convívio sem sair adotando a todos como "amigos", acabei me acalmando com a consciência da minha garota diante de tudo! Sem dúvida, ela estava crescendo... E, ao olhar pra trás pelo retrovisor de dentro do carro e perceber que os gêmeos já dormiam, eu elucubrava com meus botões sobre como chega cedo o dia em que os filhos começam a seguir caminhos acertados independentemente do que você determina, valendo-se de suas próprias capas em voos solos – eu só não esperava que fosse tão cedo...
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