quarta-feira, 25 de abril de 2018

Amor, Preocupações
E Dois Aniversários


Diários do Papai, 25 de abril de 2018
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Infelizmente, ele não faz o quatro nos dedinhos da linda mãozinha de homenzinho...
Mas ele é lindo e tem um coração mais doce que todo o "chocouate" do mundo
e, juntos, ainda vamos voar bastante...

Costumo dizer que o dia mais feliz da minha vida foi aquele em que a SuperFilha nasceu... Mas e quanto ao nascimento dos SuperGêmeos?! Sem dúvidas, foi o dia mais tenso... - Ah, coisa mais triste e errada, fazendo distinção entre filhos... Tão longe disso: amo os três incondicional e igualitariamente! Mas não há como comparar a tranquila manhã chuvosa daquela segunda-feira marcada com antecedência para que a primogênita chegasse ao mundo num tranquilo parto, com pompa, circunstância e tempo para toda a preparação (mesmo para os imprevistos, como uma apressada enfermeira que levou a Filha para o primeiro banho sem mim...), com a agonia de acordar vendo a Mamãe sangrando (a SuperFilhotinha já no canal para nascer!), depois de dias de muita dor com o barrigão, naquela sexta-feira nervosa em que tive de correr para deixá-la na Maternidade e a Filha, na escola, ainda de pijamas (com a farda na mochila para que as tias a trocassem) e voltar às pressas para a cesariana que já começava sem mim, proibido de filmar o parto (?), acompanhar o sufoco de retirar a Filhotinha sufocada pelo SuperFilho, até a constatação de que esta linda garotinha magrinha nascera com o lado esquerdo do rosto e da cabeça amassadinho e o meninão graúdo precisaria ficar um pouco no oxigênio...

E a tensão seguiria naquela noite em que vimos o sol raiar sem descanso, com a superduplinha se revezando entre chorar pra mamar, arrotar, fazer cocô e voltar para o bercinho - o dia raiou e o serviço continuou... Depois, sogra em casa como reforço (ou aumento de tensão...), ciúmes da mais velha imperando, trabalho dobrado mesmo com suporte de empregada doméstica e todos em mutirão de plantão integral! Porém, mesmo em meio a todo esse furacão, algo chamava especial atenção: o Filho chorava de uma forma absurdamente nervosa quando enchia de xixi ou cocô a fraldinha e precisava de troca ou ainda quando queria mamar - Puxou ao pai, ao avô, ao tio... Impaciente e todo nervosinho!... Só que todas aquelas piadinhas não me acalmavam o peito, que, de alguma forma, sentia um "distúrbio na Força" em relação àquela agonia desproporcional em qualquer incômodo que aquele lindo bebê sentia... E ele cresceu, foi se "ajustando", mas, aos poucos, o que era simples irritação acabou por revelar-se explosões de gritos e impaciências diante de advertências, broncas ou simples demoras para ser atendido... - Bate nesse menino, senão ele vai te engolir quando crescer!, passou a ecoar, com pequenas variações, esse coro dos mais velhos na mais que superficial análise de se tratar de simples birra! Que raiva... Pai e mãe é que sabem! E, no caso, o Papai aqui conseguia ver mais coisas que, somente agora, a Mamãe consegue perceber...

Num belo dia de angústia com gritos gratuitos e acessos de raiva, a jogar coisas longe no ato de entrar na escola, encontro-me com um contemporâneo dos tempos de escola, que, recentemente, descobriu que suas gêmeas de quase mesma idade são autistas e, depois de bons minutos de conversa sobre tantas dificuldades e gastos exorbitantes com "tratamentos", ele me vem com essa frase que resiste na minha cabeça: - Minha mãe que diz que Deus me abençoou com duas meninas autistas e que, se ele me deu tal missão, é porque sabe que sou capaz de ajudar... Então ainda choro e ainda me angustio quando não consigo resolver qualquer de suas inquietações, mas deixei de me preocupar com o que ele tem ou deixa de ter (isto se resolverá com futuras avaliações de bons médicos, se Deus quiser, para a melhor condução de seu desenvolvimento) e passei a ouvir mais meu coração no que ele realmente precisa - e ouvindo, entre choros e gritos, meu pequeno sempre a gritar Papai... Hei de encontrar nossa ponte de contato e ajudá-lo da melhor forma possível, uma vez que, de algum lugar, ele me chama para ajudá-lo num controle de momento, numa libertação de repetições de ecolalias infinitas ou, simplesmente, na adaptação para um mundo tão corrido e difícil...

E hoje, ao lado da minha princesinha do barulho e da zoeira, ele completa 4 anos de vida com o sorriso mais bonito e iluminado desta face da Terra - e olha que tenho duas meninas lindíssimas, quem conhece nem me acha mais tão exagerado assim! Crise financeira e nada de festa, para a tristeza da quase promoter mais velha... Melhor: vamos para o aconchego de um abraço cheio de carinho e alegria só em família, no máximo uma molecagem nalgum parquinho indoor de shopping center, pra compensar as tantas tensões do dia-a-dia de tanto tempo e estabelecer a melhor rima para o momento com base no sabor da melhor Poesia: ambos com saúde, vivos e vívidos, com os olhos a brilhar em minha direção - tantas, tantas as perguntas, meu Deus... Tenho que seguir, firme e forte, como o "gigante" que ele tanto repete de seu tamaninho de garotinho começando a viver com pequeno atraso... Tenho que ter "pinto" e coragem pra fazer muito mais do que já faço, porque disso depende meu Batminho, meu Mickey, meu Menino-Gato Patatá que ainda terá muita, muita história pra contar! Felizes aniversários, meu casalzinho genial da melhor tensão que há: a de fazer meus dias chacoalhados pelo amor!

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Vai-e-vem de emoções que chega a sufocar... Ainda mais que, sendo gêmeos, a possibilidade de a Filhotinha também apresentar alguma limitação posteriormente é grande... Mas que amais inocente Poesia vença e nos acolha na melhor proposta de "que tudo vai dar certo"!
 

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