
"É São João, Santo Antônio, São Pedro, são três estrelas a brilhar no céu..." - assim uma bela canção local poeticamente se refere aos três santos homenageados no período junino nordestino, genericamente chamado de "São João", onde é forte a tradição dos arraiais com apresentações folclóricas, 'shows' de artistas e comidas típicas (arroz de cuxá e maria izabel; torta de camarão; mingau de milho...). E aqui em São Luís do Maranhão a coisa toda ainda é mais rica: o bumba-meu-boi (o legítimo) domina o cenário e aumenta a tríade santa para mais um - hoje, 30 de junho, é dia de São Marçal, um derradeiro santo junino homenageado por aqui, com direito a um grande encontro de grupos folclóricos de bois no bairro do João Paulo.
E, num lugar tão cheio de belas lendas e tradições folclóricas tão interessantes, o lúdico das festas juninas, das danças e dos personagens do boi fazem parte do imaginário popular desde muito cedo - até as crianças entram na brincadeira: seja soltando bombinhas, seja com fantasias de caboclinhos, a criançada se diverte nas festinhas das escolas, nas ruas dos bairros enfeitadas de bandeirinhas ou mesmo nos arraiais espalhados pela cidade.
Isabela, do alto de seu 1 aninho, ainda olha tudo ao largo: afinal, ainda longe da escola e com o fato de as festas juninas serem tradicionalmente noturnas, ela pouco presenciou do espetáculo na única tentativa de levá-la para ver alguma apresentação de boi (último sábado, pós-São João) - o som ensurdecedor das potentes caixas de som e o excesso de pessoas no Arraial da Lagoa da Jansen, dos mais famosos da região, pareceu-me excessivo e até mesmo prejudicial para minha garotinha, que a tudo acompanhava com olhos arregalados de espanto e de surpresa...
Desta forma, o primeiro arraial de Isabela acabou dividido em dois: o primeiro, "oficial", que serviu apenas pelos poucos minutos que conseguimos ficar no local para a Vovó-Dinha tirar fotos de sua netinha com o lindo vestidinho caipira que comprou para a também afilhada; o segundo, "não-oficial", no feriado municipal de ontem, São Pedro, a que minha filhinha compareceu para "prestigiar", também ao longe, a apresentação de dança folclórica da priminha Ana Carolina - que, por sua vez, do alto de seus 5 aninhos, também não aprovou muito a movimentação toda e desistiu na hora H de subir ao palco com seus coleguinhas! Sem dúvida, ainda há muito terreiro pela frente dessas garotinhas para melhor conferir a rica cultura maranhense...
Mas, se por um lado as festividades juninas foram um fiasco infantil, a tão aguardada primeira praia superou todas as expectativas no caso da SuperFilha: desde janeiro com o maiô comprado e "nascida e criada" numa ilha, só agora, depois de vários adiamentos (finais de semana atarefados ou com chuva bem cedinho), finalmente Isabela se rolava na areia do mar, como canta outro clássico maranhense...
O medo da água costumeiro em sua idade passou mesmo longe: Isabela se esbaldava na areia molhada e, apesar de ainda não andar sem apoio (de um móvel, de uma parede ou de uma perna...), "corria", aos gritinhos, engatinhando em direção ao mar (e não o contrário, como normalmente acontece)! E, mesmo com o início chuvoso/nublado daquele dia 24, todos nós tínhamos que ir à praia naquela manhã de São João enforcado com o feriado de 'Corpus Chisti'! E o que faltou de motivação no arraial sobrou no deslumbramento com aquele mundão de areia e de água à frente daquela garotinha de pouco mais de 75 centímetros... Uma verdadeira sereiazinha!
O único senão em relação à água foi o esquecimento da Mamãe de levar uma garrafinha com água natural para limpar o rostinho da Filha nas horas de maior volume de terra - o jeito, então, foi usar o resto da aguinha que levamos na mamadeira para ela beber. Outro lapso: onde estava a faquinha para cortar as frutas que levamos? Graças ao horário ainda cedo, chegamos em casa pouco depois das 9 horas da manhã, bem a tempo do lanchinho rotineiro... Mas quem disse que a guria aguentou a farra? O sono acabou falando bem mais alto que a fome...
Mas o mais curioso de tudo foi a sensação de 'déjà vu' sentida no finalzinho daquele passeio: depois de alguns mergulhinhos na beirinha rasa do mar junto à Filha, resolvi deixar a pequena com a mãe e dar ao menos um mergulho de verdade antes de ir embora; na volta, viajei no tempo numa fração de segundos - por um momento, vi meus pais na beira da água lavando os chinelos e outros pertences cheios de areia e me chamando para irmos embora, eu sempre derradeiro na água, com os dedos franzidos de tão louco pelo mar que sempre fui desde garotinho... Nem bem esfrego os olhos, vejo Jandira me chamando, que já era hora de ir, ao lado de uma linda garotinha bronzeada de maiô, rindo sem parar diante daquela imensidão da natureza... Tudo isso numa praia de uma terra abençoada por três santos (ou quatro, como preferirem) cheia de festas e de alegrias infantis perdidas no tempo de uma criança eternamente fascinada com o mar...

(excluindo-se crianças até 4 anos), e assim foi feito – apesar da desaprovação de umas tias que descobriram depois... E para esses convidados, aos poucos, fui montando a seguinte estrutura: pequenos painéis e enfeites (no tema "jardim", com direito a flores, borboletas e joaninhas), acompanhados de dezenas de balões (em arranjos providenciados pela prendada Vovó e Dinha Dilena: nada daqueles desnecessários arcos gigantes de balões, que só servem para os mais levados estourarem no fim da festa!); 9 mesas com 6 tampos e 54 cadeiras; 'notebook' de 





