quarta-feira, 30 de novembro de 2016

– APIPO!!!


Ainda me lembro do meu pai, o Vovô-Lito, agoniando-se com qualquer chorinho mais irritadiço da SuperFilha quando bebê, vaticinando: – Deverias dar um pipo pra essa menina, coitadinha... Pois é, a famigerada chupeta, o mesmo que "pipo" na minha região, já foi receita certa de sossego, tanto para os bebês como para os seus pais e avós! Mas "não, obrigado: minha filha não vai usar chupeta e estragar sua linda boquinha e sua dentição, papai!"... Bom, quatro anos se passariam e as minhas convicções mudaram drasticamente! Afinal, com os SuperGêmeos, não houve escapatória, com dois de uma vez a chorar por mais leite, mais colo, mais sono... E, com o SuperFilho esgoeladamente mais impaciente desde os primeiros minutos de vida (até hoje), chupeta pra que te quero! Tanto que, em determinados momentos de desespero em meio à gritaria do pequeno, já desejei ardentemente que existisse um daqueles "Em caso de emergência quebre o vidro" ao alcance da minha mão, aqui mesmo em casa – só que com uma chupeta dentro!

Passados os dois primeiros anos, a sensação de extrema dependência foi, aparentemente, diminuindo – mesmo sendo o mais "bebê", o Filhão querido já se virava bem, aqui e acolá, sem a famigerada bengala bucal... Até que Ciça, a ex-superbabá (aquela mesma que, depois de bons serviços prestados, revelou-se uma supervilã, com os poderes das irresponsabilidades e da desconsideração a toda prova), abandonou-nos e nos deixou como única alternativa correr com a superdupla para o colégio da Filha – e tome chupeta para a adaptação das primeiras semanas, com um monte de gente em volta, mas sem ninguém conhecido por perto além da irmã mais velha! Segunda-feira, terceira semana, a rotina já se instalando entre os dois superpequeninos, quando: – Apipo! A-pi-po!... Sim, a Mamãe havia se esquecido de colocar a bendita justamente na mochilinha do nosso garotão! O jeito foi correr para a farmácia mais próxima e comprar um. Probleminha: o único modelo disponível era o menorzinho, para crianças de até 1 ano... Comprei, entreguei para a Tia pelo vidro que separava as turminhas da recepção e fiz minhas preces! Depois, soube que ele aceitou, meio a contragosto, o mini-mimo, ainda que a toda hora tirando da boca e "conferindo" o porquê da "diminuição"...

Minha SuperFilhotinha também sempre foi chegada a uma chupeta; porém, normalmente mais "emancipada" e controlada que o irmão-gêmeo, guardou o costume de apenas "degustar" um bom pipo nas "horas apropriadas", como depois do almoço ou do jantar, à beira da hora de dormir... Sim, "degustar": precisa ver a mocinha na hora de solicitar seu "acepipe", tateando a procurar o "melhor", o "favorito" dentro de uma cumbuquinha cheia de modelos, cores e tamanhos na geladeira, como se estivesse dedilhando um legítimo charuto cubano! Até já aconteceu um ou outro momento de desespero com minha garotinha, como nalguma vinda do colégio ao meio-dia, antes do cochilo no bercinho sem sua chupetinha sagrada ("perdida" nalgum compartimento infeliz que não consegui visualizar na sua mochila)... Mas nunca, nada como o Filho – quem, se fosse possível, adoraria viver chupando uma boa chupeta 24 horas por dia, tal como aqueles eternos palitinhos na boca de um malandro carioca das chanchadas dos anos 50!

– Não comprem mais nenhuma chupeta: deixem que ele vá consumindo as atuais até ficarem imprestáveis e ele mesmo não aguentá-las mais! – receita "infalível" da superdoutora, a pediatra do meu supergarotinho, para conseguirmos tirar-lhe o vício. Sei não... Tudo o que sei é que agora, à beira das suas douradas férias, só uma chupeta (ou um "cicoito", digo, biscoito) para conseguir acalmar o fera-neném, a depender de como o pimpão acorda, mais ou menos irritadiço, em meio ao ócio dentro de casa nos dias sem "passiá" – e, de preferência, a azul, com alcinha, para facilitar a já famosa virada (sim, ele só chupa "ao contrário", com o pipo virado pra baixo por dentro da boca)! O pior é que sua arcada dentária já revela aquela feia e característica curva central... E, não querendo ser um pai babão, eu detestaria colaborar, de qualquer forma, para prejudicar aquele sorriso mais lindo e precioso do mundo! Ainda assim, infelizmente, na maioria das vezes, uma chupeta ainda vale mais que ouro!
 

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