
Pouco antes de completar um aninho, há exatamente um ano, a SuperFilha evidenciava, pela primeira vez, que também carregava os frágeis cromossomos terrestres: não só adoeceu, com uma febre forte (que variava entre 38,5 e até 41 graus, de quatro em quatro horas) por duas semanas consecutivas, tendo-se revelado os seus dolorosos exames (de sangue, fezes e urina) "inconclusivos", mas "com uma grande probabilidade para uma infecção bacteriana" – um dia e meio depois à base de amoxicilina e minha filha voltava às boas com a saúde...
Uma semana atrás, nova problemática: embalando nossa garotinha na rede ainda meio entorpecidos pelo sono às 4 da manhã (ela dorme no berço, em seu quarto, mas há noites em que o sono anda tumultuado e ela segue para a rede no quarto do Papai e da Mamãe, onde ela costuma ser embalada até pegar no sono), minha mulher me anuncia "Ela está quente... Pegue o termômetro" – ela nem precisa terminar a frase para eu já me encontrar a postos para medir a temperatura da pequena: fiquei com trauma de febre desde o ano passado, quando tivemos que nos valer de verdadeiras torturas para acalmar certos momentos de febre, como aplicar-lhe banhos gelados por sobre a pelezinha em brasa, em plena madrugada... Febre.
Nem durmo o resto da noite, após dar o antitérmico e acompanhar a temperatura se estabiliza. Desta vez, a febre acontece em intervalos um pouco mais longos, chegando a enganar em muitas vezes, com intervalos maiores (um deles chegou a quase 12 horas), como se estivesse abandonando o corpinho da filhona: ledo engano – ela não só voltava sempre como também acabou por roubar, pela primeira vez, o apetite da minha princesa... "Aguardem" – era só o que o meu cunhado e médico da família, pelo telefone, aconselhava.
– Não sabemos o que ela tem; pode ser uma virose e ela terá tomado anti-inflamatório em vão, o que não é bom, somente em última hipótese...
Cinco dias com febres regulares: levemos a uma emergência – nada evidente – exames. Coitada da minha pequenina: furá-la para retirar sangue (e mais de uma vez, tendo a técnica do laboratório muita dificuldade para encontrar a veia... Jesus!) e aplicar-lhe aquele incômodo saco colado a sua "cocotinha" para obter a urina ("a técnica botou errado e a urina vazou para a fralda; troca de novo"... Ai, ai) – resultados: inconclusivos (com a espera de mais uma semana pela frente pela cultura na urina, a fim de apurar se haveria mesmo bactérias...)! Neste mesmo dia, à noite: mãozinha puxando a minha mão ou a da mãe (quem estivesse perto) e puxando-a para a sua boquinha – "É dente", dita a avó pelo telefone, aliviada, "Há de passar logo"...
Domingo, uma semana depois do início da febre, temperatura normal, enfim, graças a Deus. Mas o apetite não volta e a irritabilidade por várias vezes ao dia persiste – assim como o dedinho em sua boca (e os das nossas mãos, também – como se pudéssemos fazer algo, meu Deus...), até que...
– Sim, elas podem ter estado incubadas por todos esses dias, causando a febre, ou eclodiram só agora em função do fim de uma possível virose... – me acalmava o meu cunhado, pelo celular.
Às vésperas de mais um aniversário, no próximo dia 31 de maio, as aftas parecem reduzir-se e o apetite parece que voltou, já pedindo sua tradicional sopinha de almoço em vez dos potinhos da Nestlé ou os mingaus. Aguardando o resultado do exame de urina para levar ao médico e ver a necessidade de aplicar um remédio para os vermelhinhos renitentes das aftas que se foram. Não há de ser nada. "Coisas da idade; normal...", é o que os médicos sempre dizem... Pelo menos, no caso da SuperFilha, é uma vez por ano – e afinal: foi o surgimento de algum dente (os médicos não assumem, mas dentinhos, muitas vezes, trazem febre e mudanças no quadro das fezes de um bebê)? Foi uma virose? Foi o quê? Vai saber... O importante é que ela voltou! A comer, a sorrir, a brincar... E aos Diários do Papai: agora, semanalmente!




